Texto: Lucas 15.11-32
Introdução: Certa vez perguntaram a Whitefield se ele julgava que certa pessoa era ou não cristã, e ele disse: ‘Não sei, nunca estive na casa dele’ – Às vezes na igreja, no trabalho, no lazer, na escola, etc. as conveniências regem o nosso comportamento; as circunstâncias guiam nosso temperamento e conduzem nossos passos. Mas em casa, mostramo-nos tais como somos. No pequeno e limitado espaço da nossa casa nos despimos e assumimos quem de fato somos. Ali está o nosso mundo real e autêntico. – Portanto, não pergunte à liderança da igreja se certo membro é ou não santo, pergunte a três pessoas: ao cônjuge, aos filhos e aos colegas de trabalho. Eles dirão com mais exatidão, porque parece que na igreja somos o deveríamos ser lá fora .
O problema surge quando colocamos em prática o que diz Jo 7.53 (‘E cada um foi para sua casa’). Desejo ver neste contexto de casa, de lar doce lar, a comunhão pai / filho na Casa do Pai. Não preciso entrar em detalhes desta história pois todos a conhecem bem, mas destacamos apenas o relacionamento pai / filho neste texto (Lc 15), em tuas observações:
Onde está o bloqueio do primeiro filho em relação ao pai? Qual a crise? Porque ele quer sair? Como esse jovem vê o pai? O que acontece ao seu coração quando ele diz: Pai (Lc 15.11). Seus olhos estão postos apenas no que a vida pode lhe proporcionar e o pai é o meio por onde conseguir isso. Ele usa de todos os recursos para chegar onde quer, inclusive deseja a morte o pai. E já que não ela acontece, então pede a herança. Ele não tem prazer na ‘casa do pai’. Ele até vai, mas por necessidade; e vem sempre que precisa buscar algo que, se tivesse lá fora, lá fora mesmo ficaria. Isso vai lhe cansando, até que um dia cria coragem e pede o que não tinha; ele quer algo que lhe dê condições de ficar lá fora para não precisar vir à casa do pai. Esta é a natureza do filho mais novo. O que o pai pode me dar? “Quero o que é meu”!!! .
Onde está o problema do segundo filho? Por que ele não quer sair? Como ele vê o Pai? Como será que ele vê o que o seu irmão fez? Parece-nos que o caso deste garoto é pior, pois, uma vez que ele não sai, também não vê a necessidade de entrar. Uma vez que não odeia o pai, não se vê obrigado a amá-lo. Ele está perdido dentro da casa do pai. Os sinais desta perdição são:
a) sua reação em relação ao irmão é oposta à reação do pai (15.28). Enquanto o pai sempre esperou a volta do filho mais novo e se alegra com sua chegada, este se recusa a entrar na festa pelo retorno do irmão, como dizendo: ‘Ou ele ou eu’. Sempre esteve perto fisicamente, mas seu coração esteve longe .
b) sua reação em relação à herança é oposta à reação do irmão (15.29). Enquanto o irmão gastou tudo o que tinha, este tinha tudo, mas não possuía nada e sentia-se pobre (‘nunca me deste) ’ .
c) sua reação em relação ao Pai; o pai vem ao seu encontro com o mesmo amor que foi ao outro (15.20), enquanto o mais novo aceita o amor do pai, este o recusa. Ele resiste ao abraço do pai, resiste ao seu amor .
d) sua reação em relação a si mesmo; ele está cheio de ódio, de rancor, sua alma está confusa; não sente alegria do pai; não se empolga com o irmão; Este jovem está perdido e não quer ser achado; está amargurado e acha natural; está fora da festa e sente dificuldade em entrar; está dentro da casa do pai mas tão longe do amor do pai; tão distante da alegria do pai e do seu abraço .
Conclusão: 2016 é o ano de comunhão, é o tempo de acertar com o Pai e amar os irmãos. Está na época de entrarmos na festa do irmão, e participarmos de sua alegria. “É nosso irmão e estamos na Casa do Pai, para desfrutar de sua comunhão”. Parece que é mais difícil deixar a amargura do que um vício, mas só condenamos o vício. Parece que é mais difícil amar o irmão do que o inimigo; porém somos chamados a amar os dois .
Pr. Valdemberg Viana