Introdução: Conselhos mundanos que recebemos, pensamos ou falamos quando somos ofendido: “Dê o troco”, “ Eu não levo desaforo para casa”, “Aqui se faz aqui se paga”, “Eu sou crente, mas não sou trouxa”.
Eu ouso afirmar que todos aqui, sem exceção já ofendeu alguém ou foi ofendido seja por desafetos e por pessoas que nos amam (que dói mais ainda). A palavra perdão para uns pode ser um refrigério, porém para outros pode ser um fardo. O que a Bíblia tem a nos dizer sobre um tema tão dolorido ou restaurador como o perdão?
Texto: Mateus 18. 21-22 Os rabis ordenavam perdoar 3 x, Pedro pensou estar sendo excepcional com sua sugestão.
- O que é Perdão
– Perdoar não é uma emoção e sim uma decisão. É um ato de minha vontade, não de minhas emoções, eu não espero um sentimento para tomar a decisão.
– Perdoar é uma decisão de não levantar mais a ofensa. Perante três pessoas: Deus, os outros (inclusive o ofensor), e eu mesmo. Eu não levantarei o “defunto”, Exemplo : mas naquele dia de 1845, naquela tarde em que você me xingou..! – Perdoar não é esquecimento. É ser responsável pelos nossos pensamentos. Filipenses 4.8; 2 Coríntios 10.5
– Perdoar é diferente de absolvição. Absolvição relaciona-se com as conseqüências da ofensa, enquanto perdão relaciona-se com a nossa reação pessoal para com a ofensa. Exemplo: Um criminoso que deve pagar sua pena.
– Perdoar não é tanto uma questão de grande fé, e sim obediência a Jesus. Perdoar é uma ordem. Efésios 4.32; Lucas 17. 3-10. A moda hoje em dia é dizer “liberar” perdão, como se isso fluísse do nosso coração pecaminoso, mas isso não é bíblico, perdoar é um mandamento e não uma liberação!
– Perdoar não depende dos “méritos” do ofensor. Perdão é unilateral. Porém as vezes agimos assim: “Ele é bonzinho e foi uma vez que me ofendeu então eu perdoou ou Ele é ruim e foram várias vezes que me ofendeu então eu não perdoou”. Precisamos lembrar que o perdão não depende de quem é o outro e sim do nosso coração para com a ofensa.
– Perdoar não é somente quando o ofensor pede perdão. Perdão “oficial” é quando o ofensor pede perdão x Perdão “pessoal” quando o ofensor não pede perdão. Há esses dois tipos nas escrituras, porém devemos perdoar mesmo quando o outro não pede perdão. Precisamos tomar cuidado porque queremos que o ofensor se implore para nós para satisfazer nossa justiça pessoal.
- Causas de Amargura Persistente
– Mesmo problema em minha vida que o ofensor manifesta na vida dele. Romanos 2. 1-3
– Tentativa de vingança. Romanos 12.19
– Valores mundanos. Lucas 12.15
– “Comprar brigas” ou “ Tomar as dores”. Salmo 15.3
- Consequências de Amargura
– Conseqüências físicas.
– Consequencias emocionais.
– Consequencias espirituais. Hebreus 12.15 A amargura contamina porque nós passamos a situação para o próximo que passa para o outro e então fica um ambiente manchado pela amargura, fiquemos atento para não fazer do nosso ambiente seja na casa, igreja ou trabalho, um local de amargura.
- Como Perdoar
– Aliste as ofensas do ofensor contra você.
– Se necessário, aliste suas próprias ofensas contra o ofensor. Reviva a situação pelos olhos do ofensor (da perspectiva dele), e peça perdão a ele (depois que percorrer os passos seguintes). Nunca use o “mas” no pedido de perdão ex: “Eu pequei contra você, mas você também pecou contra mim”.
– A sós com Deus, entregue ao Senhor o “direito” de executar qualquer retribuição. Romanos 12.19. Reconheça quão grande era a sua dívida com Ele, que agora está perdoada, isto serve de motivação para perdoar seus devedores. Mateus 18. 21-35. Deus o defenderá!!
– Faça um compromisso com Deus de jamais levantar a questão novamente.
– Investir na vida do ofensor na medida do possível. Isso significa, no mínimo oração, mas pode significar muito mais. Mateus 6.21; Romanos 12.20-21.
– Agradeça a Deus os propósitos dEle por meio das ofensas. 1 Tessalonicenses 5.18. Nós pensamos que gratidão a Deus é somente quando acontece coisas boas do nosso ponto de vista, porém devemos agradecer por tudo, até pelo ofensor!
Conclusão: A resposta de Jesus para Pedro é que seus seguidores tem de ser misericordiosos inúmeras vezes, na medida que Lameque ameaçou não ser misericordioso com diz em Gênesis 4.24, (segundo assassinato na b´blia), 490 em lugar de sete, todavia Jesus ensina nesta resposta que nós não devemos usar a matemática ou calculo na hora de perdoar!!
Ofensas são oportunidades para perdoar ou ficar amargurado, para reagir negativamente ou positivamente, para ficar estagnado na vida cristã ou para crescer e refletir Cristo para com o ofensor.
Perdoar é ver o ofensor como um instrumento de Deus em minha vida, 2 Samuel 16. 5-11 “Deus pode colocar um chato na sua vida, pensando no meu bem, talvez para tratar sua ira”. Perdoar é ver as feridas provocadas em mim como à maneira de Deus chamar a minha atenção para as necessidades do ofensor, Atos 16. 16-18. Não perdoar é amargurar-se porque assumo um direito que não me pertence que é o da vingança, pertence ao Senhor. Perdoar é reconhecer que o ofensor já está recebendo as conseqüências da ofensa. Perdoar significa cooperar com Deus na vida do ofensor.
“Perdoar é entender o que Deus fez por mim através de Jesus na cruz e aplicar essa verdade na vida do próximo quando sou ofendido”. Angelo Junior
“Assim como o Pai me enviou, eu os envio. Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”. João 20. 21,23. Deus quer trabalhadores com um coração perdoador!!
Dr. David W. Smith adaptado por Pr. Angelo Junior